O Brasil é um país multilíngue, apesar de sua diversidade linguística ser quase sempre silenciada. Neste contexto, o seminário Viva Língua Viva surgiu como uma afirmação e um chamado engajado e envolvente para exaltar a importância da sobrevivência das línguas, em um mundo que vem se tornando cada vez mais homogêneo e que não parece se importar com o desaparecimento exponencial de línguas e modos de viver.

A primeira edição do Seminário Internacional Viva Língua Viva ocorreu em 2019, e foi realizado na Faculdade de Letras da UFRJ e no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, entre os dias 11 e 14 de novembro de 2019. Nesta primeira edição ele reuniu membros de comunidades indígenas, docentes, discentes e pesquisadores de universidades, museus e outras instituições de pesquisa e documentação para discutir, intercambiar e fomentar o desenvolvimento de ações de preservação, revitalização e retomada de línguas indígenas e minoritárias.

Por ocasião da pandemia de COVID-19, o evento que deveria ser realizado em 2021 foi transferido para o ano seguinte, 2022, e foi realizado em Belém-PA, pela Universidade Federal do Pará e pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. Participaram desta edição membros de comunidades indígenas, professores, pesquisadores e palestrantes reconhecidos por seus trabalhos com documentação de línguas ameaçadas e produção de materiais didáticos.

Ao final da edição de 2022, pesquisadores indígenas que participavam do evento apresentaram um documento elaborado em conjunto com representantes da Equipe Executiva da Década Internacional das Línguas Indígenas no Brasil (2022-2032). Este documento, chamado Carta de Belém das Línguas dos Povos Indígenas do Brasil, apresentou as principais reinvindicações de pesquisadores indígenas do Brasil para a preservação de suas línguas. Também foi nesta edição que a Universidade Estadual de Roraima foi apresentada como candidata para sediar o evento de 2024, sendo escolhida em assembleia pelos presentes.